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O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca a morte acelerada dos neurônios em todas as regiões do cérebro. É um processo difuso que danifica desde as áreas da memória até os centros motores, responsáveis pela locomoção. À medida que a doença evolui, as funções cerebrais vão ficando cada vez mais comprometidas e outros campos vão sendo afetados, como a linguagem, a razão e a habilidade de cuidar de si próprio.

Qual a causa da doença?

Não se sabe ao certo a origem do problema. Estudos apontam que algumas mudanças nas células cerebrais poderiam interferir nas funções cognitivas do paciente, mas não há nada concreto. A idade seria um dos grandes fatores de risco para desenvolver o Alzheimer, mas a predisposição genética também, o que pode justificar casos de desenvolvimento precoce.

Pelo que se sabe até aqui, a doença começa quando há erros no metabolismo de proteínas, como o beta-amiloide, o que provoca acúmulo de placas tóxicas. Também pode haver alterações na proteína tau, o que destrói o esqueleto celular. Ambos os processos levam a uma morte acentuada de células nervosas no cérebro.

Quais são os principais sintomas?

O primeiro deles é a perda da memória recente – como os eventos vividos horas antes. É importante apontar que um esquecimento ocasional não deve ser entendido como sinal da doença. Lapsos de memória só sinalizam a doença quando interferem nas atividades diárias da pessoa.

Além da perda da memória progressiva, o paciente também começa a ter dificuldade para raciocinar, se planejar e, com o tempo, até se comunicar e se locomover. Em boa parte dos casos, surgem ainda a agitação, a ansiedade e a depressão.

Como é feito o diagnóstico?

Não há um exame específico capaz de apontar o Alzheimer. O médico costuma diagnosticar o mal após realizar testes neurológicos e cognitivos para descartar outras doenças. O profissional também leva em conta informações sobre as mudanças de comportamento do paciente, colhidas em entrevistas com ele e com sua família.

Há tratamento para o Alzheimer?

Sim. Existem medicamentos que ajudam a impedir o avanço rápido da doença em seus primeiros anos, mas não há cura. Após o diagnóstico e a orientação médica, o tratamento é iniciado com doses baixas, de modo a diminuir os efeitos colaterais que podem surgir. Os familiares também passam por um processo de orientação em que aprendem mais sobre o que é a doença e como lidar com o paciente.

Existem estudos recentes sobre a doença?

Uma alternativa apontada pelas novas pesquisas seria o efeito neuroprotetor do lítio. A substância impede a atuação de processos metabólicos que causam o Alzheimer, como a formação das placas de beta-amilóide e as alterações da proteína tau – que seriam alguns dos prováveis mecanismos da doença.

Quantas pessoas sofrem de Alzheimer?

Estima-se que 10% das pessoas com mais de 65 anos e 25% daquelas com mais de 85 anos podem apresentar Alzheimer. No Brasil, dos 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos, cerca de 6% apresentam a doença, ou seja, em torno de 1,2 milhão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse número deve crescer bastante até 2030, devido ao envelhecimento da população global e ao aumento de casos relacionados à demência.

Fontes: http://www.estadao.com.br/especiais/alzheimer-conheca-a-doenca-e-saiba-a-importancia-do-diagnostico-precoce–,182698.htm Academia Brasileira de Neurologia (Abneuro), Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) e Wagner Gattaz, professor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.


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Esquizofrênico registra em livro a experiência de enlouquecer

 

Ex-aluno de física e de filosofia da USP, Jorge Cândido de Assis carrega no corpo das marcas da esquizofrenia. Aos 21, durante uma crise, ele se jogou contra um trem do metrô e perdeu uma perna. Hoje, aos 49 anos, cinco crises psicóticas, ele dá aulas sobre estigma em um curso de psiquiatria e acaba de lançar um livro no qual descreve a experiência de enlouquecer. “Entre a Razão e a Ilusão” (Artmed Editora) foi escrito em parceria com o psiquiatra Rodrigo Bressan e com a terapeuta Cecilia Cruz Villares, da Unifesp. Leia o depoimento dele.

“Tive uma infância tranquila, jogando bola na rua. Aos 14 anos, entrei na escola técnica e já sabia trabalhar com eletricidade. Adorava física. Em 1982, prestei vestibular para física na USP e não passei. Em 1983, fiz cursinho, prestei de novo e não passei. Consegui uma bolsa no cursinho, passei perto e não entrei de novo. Foi um ano depressivo para mim. Eram os primeiros sinais da esquizofrenia, mas eu não sabia. Eu me isolei, tinha delírios. O desfecho foi trágico. Numa manhã de domingo, entrei na estação do metrô Liberdade. Escutei uma voz: “Por que você não se mata?”. Me joguei na frente do trem. Acordei três dias depois no hospital sem a minha perna direita. Tinha 21 anos. Foi bem sofrido, mas coloquei toda minha energia e determinação na reabilitação. Quatro meses depois, já estava com a prótese. Sozinho, voltei a estudar para o vestibular e passei em física e fisioterapia na Universidade Federal de São Carlos. Meu sonho era desenvolver uma prótese melhor e mais barata do que as versões que existiam naquela época.

Danilo Verpa/Folhapress
Jorge Cândido de Assis, 49, no departamento de psiquiatria da Unifesp, em São Paulo
Jorge Cândido de Assis, 49, no departamento de psiquiatria da Unifesp, em São Paulo

Um dia, em 1987, cheguei em casa e ela havia sido arrombada. Tive que ir até a delegacia dar queixa e reconhecer os objetos furtados. Isso desencadeou a segunda crise psicótica. Tinha delírios de grandeza, alucinação, mania de perseguição. Fui internado em Itapira durante um mês. Saí de lá com diagnóstico de esquizofrenia, medicado mas sem encaminhamento. Um dos remédios causava enrijecimento da musculatura e eu não conseguia escrever. Então parei de tomar a medicação e comecei a fazer tratamento em centro espírita. Voltei a estudar em São Carlos. Depois da crise, perdi muitos amigos por puro estigma. Comecei a trabalhar, paralelamente aos estudos, mas ficou pesado demais. Preferi desistir do curso. Em 1993, prestei vestibular na USP e passei. Foi mágico, a realização de um sonho. Continuei trabalhando, mas cheguei num ponto de saturação e desisti do curso.

Minha vida foi perdendo o sentido, vivia por viver. Me sentia vazio de emoções. Nesse período, fazia parte de um grupo de pesquisa na USP. Mas, por uma série de divergências, o grupo se desfez. Ao mesmo tempo, meu namoro acabou. Esses dois fatores desencadearam minha terceira crise. Foi uma crise também com delírios, alucinações, isolamento. Fiquei um mês internado. Foi aí que comecei a me tratar de esquizofrenia de fato. Além das medicações, fazia psicoterapia, terapia ocupacional e prestei vestibular para filosofia na USP. Passei. Sentia-me tão bem que disse: “Superei a esquizofrenia. Vou parar com os remédios”.

Minha mãe morreu em 2002 e, em seguida, tive a minha quarta crise, que também foi controlada com remédios. É como começar do zero. Entre 2003 e 2007, participei de um grupo de pacientes com esquizofrenia em que discutíamos a doença, as vivências, as formas de comunicação. Em 2005, o [psiquiatra] Rodrigo Bressan me convidou para participar das aulas dele contando a minha experiência pessoal, sobre o estigma. Em 2007, surgiu o projeto do livro sobre direitos de pacientes com esquizofrenia.

Foi um processo de criação intenso durante 18 meses. Em 2008, o Rodrigo me convidou para deixar de ser paciente e entrar para a equipe dele. Foi uma grande oportunidade. No início do ano passado, fui palestrar em Londres sobre o nosso trabalho. Quando estava voltando, fizemos uma escala em Madri. Sentia muita dor na perna e pedi uma cadeira de rodas. Esperei e nada.

Tirei a perna mecânica, coloquei na bolsa e fui pulando até a sala de embarque. Todo esse estresse me levou à quinta crise. Ela foi rapidamente controlada, mas é um processo difícil retomar a rotina anterior, ressignificar as coisas para que a vida faça sentido.

Depois das crises, tenho que renascer das cinzas. Muitas pessoas desistem. Precisa de uma grande dose de esforço para reconstruir a vida. A medicação ajuda, mas não é garantia. Consigo lidar com as demandas da vida, mas nunca sei se o que sinto é ou não da doença. Não ouço mais vozes, mas tenho autorreferência. Penso que tudo ao meu redor tem a ver comigo. Se ouço um barulhinho lá fora, acho que pode ter câmera escondida.

Se as pessoas estão conversando no corredor, acho que estão falando sobre mim. O delírio é inquestionável, você acredita nele. Mas tenho clareza do que é autorreferência, deixo para lá. Tenho que saber os meus limites. O referencial para a gente é o mundo exterior, a relação das pessoas. Muitas vezes, o início das crises não é percebido. Por isso é importante dividir com o médico, com a família.

O estigma também é muito prejudicial. Ser apontado como o louco ou ser desacreditado só piora. A esquizofrenia é uma doença crônica, que afeta as emoções, os relacionamentos, as vontades. Tenho sorte de ter uma família unida, que me apoia. Isso dá sentido à minha vida. Olho para trás e confesso que me sinto frustrado por ter começado duas vezes física, em duas das melhores universidades, e não ter concluído.

Mas fico feliz com o trabalho de poder ajudar outras pessoas com a minha história. As pessoas sofrem no Brasil pela falta de locais para a troca de informações. Minha meta agora é construir uma rede de associações de apoio a pacientes com esquizofrenia. Eu não sou só a doença, e a doença não me define. Tenho que lidar com a esquizofrenia, mas ela não é a parte mais fundamental da minha vida.”

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/06/1295600-esquizofrenico-registra-em-livro-a-experiencia-de-enlouquecer.shtml


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‘Viciados’ em jogos preocupam pais e psicólogos

MARIANA VERSOLATO DE SÃO PAULO

Jogos de RPG on-line estão criando uma legião de adolescentes dependentes e levando à especialização do atendimento psicológico e psiquiátrico no Brasil. Fenômeno recente, esse tipo de vício fez também com que clínicas para dependências químicas (como álcool e tabagismo) se adaptassem para tratar a nova patologia.

A Associação Americana de Psiquiatria chegou a considerar a inclusão do vício em videogames na nova e quinta versão do DSM (Manual de Diagnósticos e Estatísticas), mas decidiu que ainda não há evidências suficientes. Não é raro, porém, que psiquiatras e psicólogos se deparem com casos de adolescentes e adultos jovens com graves consequências em suas vidas por causa do uso excessivo dos jogos. Pesquisas também mostram semelhanças entre os jogos on-line e os de azar, como bingos.

Entre os jogos de videogame, aqueles que têm o maior potencial de criar dependência são conhecidos como MMORPG (“massively multiplayer online roleplaying game”). Traduzindo: diversos participantes se aventuram em desafios e simulações de guerras (para citar um dos cenários do RPG) de forma intensa, por muitas horas ou até dias seguidos.

O poder viciante desses jogos tem a ver com suas características: não há “game over”; o sucesso depende das horas investidas; e os desafios requerem um grupo de jogadores (para lutar contra o próprio jogo ou contra outras equipes), o que os torna responsáveis pelo time e os desestimula a deixá-lo.

Editoria de Arte/Folhapress

 

EM BANDO

Há também um sistema de recompensa pelos desafios enfrentados, e a interação entre os jogadores acaba funcionando como rede social. “Muitos dos pacientes contam que o mais legal é a interação com os colegas no jogo. Dizem se sentir mais valorizados, queridos e eficazes no jogo do que em casa ou na vida”, diz Cristiano Nabuco, pesquisador na área de dependência em internet do Instituto de Psiquiatria da USP.

A psiquiatra Analice Gigliotti, chefe do setor de dependências químicas da Santa Casa do Rio de Janeiro e médica do Espaço Cliff, conta que começou a tratar dependentes de tabaco há 20 anos, mas há pouco tempo teve de aprender a lidar com os jogadores compulsivos. “A internet é a dependência da vez, com um uso cada vez mais distribuído. Nela, os jogos on-line são os mais perversos”, afirma.

Além do Rio, há serviços especializados em dependências tecnológicas em São Paulo e Porto Alegre. Psiquiatras e psicólogos que tratam de transtornos do impulso também têm lidado mais e mais com jogadores on-line.

Em outros países, o problema é mais discutido e também mais grave: Coreia do Sul, China e Estados Unidos têm casos de mortes de jovens em decorrência de dias ininterruptos de jogos. Nos EUA, no início do mês, um garoto de 15 anos foi hospitalizado por exaustão e desidratação após jogar “Call of Duty” por quatro dias inteiros.

Serviços especializados em jogos on-line também são mais numerosos e existem desde 2006 na Europa. Na Coreia do Sul há até um acampamento de “desintoxicação” de jogos para meninos, onde eles fazem atividade física e reaprendem a brincar.

 PASSATEMPO

A tendência, dizem especialistas, é que o problema comece cada vez mais cedo, até porque já há redes sociais com jogos para crianças, e o uso de eletrônicos é estimulado pelos próprios pais.

“Sempre se pensou que era um passatempo inofensivo. Mas começamos a ver uma situação curiosa nas famílias: o problema estava dentro do quarto dos adolescentes, enquanto os pais achavam que assim estavam seguros”, afirma Daniel Spritzer, psiquiatra e coordenador do Grupo de Estudos de Adições Tecnológicas, em Porto Alegre.

É o caso de Julio (nome fictício), 18, do Rio de Janeiro. Sua mãe, que também preferiu não se identificar, percebeu que o simples gosto por jogos eletrônicos havia se tornado um vício quando o filho parou de estudar e perdeu o interesse em sair de casa.  “O problema piorou aos 15 anos. Se eu pedia para ele sair do computador, começava a briga. Ele mentia dizendo que ia dormir, mas ficava jogando. O que mais doeu foi o afastamento da família. Não sabia mais o que fazer.”

Ela conta que a coisa piorou de vez quando ele repetiu de ano e começou a colocar dinheiro na conta de outra pessoa para que seu personagem no jogo ficasse mais poderoso. A solução foi buscar tratamento em uma clínica privada, no início do ano.

“Ele não está 100%, mas já melhorou muito. Faz terapia e usa remédio para controlar a compulsão”, diz a mãe.

Segundo Gigliotti, é importante que os pais busquem ajuda porque esse comportamento pode se arrastar e atrapalhar durante toda a vida. Quanto à abordagem, Spritzer diz que os pais precisam se aproximar do filho sem recriminá-lo para abrir um canal de comunicação. “Não adianta virar policial do filho. A ideia do tratamento é reaprender a usar o computador e colocar outras atividades no lugar.”


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Cérebro vacila e comete mais erros quando as regras mudam, diz estudo

Divulgando texto já publicado no http://www.comportese.com:

 “Mente” se sobrecarrega para esquecer padrões antigos e focar nos novos. Para autor, alterações constantes no trabalho podem levar à exaustão.

 

 

Aprender uma nova tarefa quando as regras do jogo mudam faz o cérebro vacilar e cometer uma série de erros, segundo um novo estudo feito por pesquisadores da área de psicologia da Universidade do Estado de Michigan, nos EUA. Os resultados do trabalho estão publicados na atual edição da revista científica “Cognitive, Affective & Behavioral Neuroscience”.

 O principal autor, Hans Schroder, cita o exemplo de uma pessoa que viaja para um país como a Irlanda e, de repente, tem que dirigir em mão inglesa. O cérebro, treinado para conduzir um carro sempre no sentido direito, acaba sobrecarregado ao tentar esquecer os padrões antigos e se concentrar nos novos. Com tantos conflitos ocorrendo ao mesmo tempo, o indivíduo pode esquecer-se de ligar o pisca-alerta várias vezes seguidas, sem se dar conta disso.

 Os participantes da pesquisa passaram pelo seguinte teste de computador: quando aparecia a sequência de letras “NNMNN”, tinham que apertar o botão esquerdo para indicar que a letra “M” estava no meio. Já quando vinha a sequência “MMNMM”, deveriam pressionar o botão direito para mostrar que a letra “N” ficava no centro. Depois de 50 repetições, as regras foram investidas. Resultado: os voluntários cometeram mais erros sequenciais e não se deram conta disso. Além disso, a atividade cerebral ficou mais intensa do que na primeira fase, porém com respostas mais lentas e menos precisas.

 Na opinião do professor assistente de psicologia Jason Moser, mudanças constantes de regras no ambiente de trabalho podem levar a repetidos erros e, consequentemente, à exaustão, frustração, ansiedade ou depressão. “Essas descobertas, junto com uma pesquisa anterior nossa, sugerem que, quando você precisa fazer ‘malabarismos’ com a mente – sobretudo se ela é multitarefa –, torna-se mais propenso a falhar. São necessários esforço e prática para ter mais consciência dos erros que você está deixando escapar e conseguir manter o foco”, destacou Moser.

 


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Confira texto resultado da entrevista concedida pela psicóloga do Instituto Agir e Pensar Valessa Dias de Oliveira

Amizade que faz crescer

Os grupos escolares são fundamentais não só para o desenvolvimento dentro da sala de aula como para a formação do adulto.

amizade na infância é um elemento essencial no desenvolvimento e amadurecimento dos futuros adultos.

O vínculo de amizade, além de possibilitar melhor adaptação a um ambiente, também ensina o convívio em comunidade e lições como respeito ao próximo, noções de limites e autoconhecimento.

Segundo Valessa Dias de Oliveira, psicóloga clínica comportamental, esse tipo de relacionamento – principalmente entre 5 e 10 anos – é fundamental para o incremento do repertório de habilidades sociais que as pessoas desenvolvem. “A amizade é importante por vários motivos, seja para criar um conceito de cooperação e de reciprocidade ou para aprender a manejar conflitos. Esses conhecimentos sempre serão utilizados”.

A psicóloga aponta outros benefícios. “As crianças aprendem mais sobre elas mesmas e o mundo quando interagem com os amigos. Elas passam a falar sobre os gostos, desejos, a entender e a ouvir os colegas.”

Crescimento e Conflitos

“Uma criança que consegue se relacionar bem, ter amizades e saber colocar sua opinião vai evoluir melhor”, afirma a professora Fabiana Buzutto Dias, da escola Lupi Picasso.

De acordo com a psicóloga Valessa Dias de Oliveira, mesmo as divergências vividas entre as crianças não devem ser vistas de forma negativa. “É importante que elas passem por todos os testes (conflitos de amizade) nesse período. Com isso, aprendem que precisam ter mais equilíbrio ao tratar as pessoas”, justifica.

A profissional também não acredita que as brigas e o término de relações na infância deixem cicatrizes profundas. “Muitas crianças não têm problemas com isso (amizade acabar) e superam rapidamente. Há algumas que vivenciam mais as frustrações, porém é difícil ver algo que se prolongue por muito tempo”.

Exclusão preocupa

Não importa a idade que o filho tenha, os pais sempre vão querer saber o círculo de amizade que eles integram. Entretanto, atitudes solidárias e de pouca interação também são ponto de preocupação dos responsáveis e, segundo Valessa, a dificuldade de relacionamento precisa ser avaliada, para então, se for o caso, ser acompanhada.

“Os pais geralmente trazem esse tipo de queixa, e nós temos que identificar se a criança é apenas tímida – uma característica normal que tem que ser respeitada -, ou se a situação já foge do controle e está trazendo dificuldades no relacionamento com outras pessoas”.

Atividades extras

Uma maneira de fazer com que a criança consiga ter mais de uma amizade, ou se relacione com maior tranquilidade, é a introdução das atividades extras em suas rotinas.

A prática de esportes pode envolver esses meninos e meninas de forma natural, em um ambiente prazeroso e propício para dialogar e conhecer mais gente.

POR MATHEUS MÜLLER (texto publicado na AT Revista em Santos-SP no dia 27/01/2013 – edições nossas)


Instituto Agir e Pensar

Temos como objetivo participar na solução de problemas e na melhoria da qualidade de vida das pessoas, oferecendo serviços de alto valor técnico que propiciem autoconhecimento, desenvolvimento pessoal e profissional. Temos o compromisso de atuar com informações de base científica, com ética, responsabilidade, dedicação e compromisso com os resultados.